quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Primeira ida à nutricionista




Faz tempo que eu não apareço por aqui, não é verdade? Das duas uma: ou eu, de forma mágica, perdi 35Kg e fui viajar pelo mundo para contar a minha façanha; ou, simplesmente, o projeto “ex-gordinho” não é, assim, tão fácil de ser executado. Pode pensar na alternativa mais plausível – afinal, não é tão difícil sacar. Então, gente, Paris é linda, ainda mais magrinho... Sacanagem! Na verdade, subestimei um tantinho o processo. Estava fácil demais. Na real, a primeira semana foi linda (digna de um atleta), onde comer era apenas uma parte não tão importante, além da academia, que fui frequentador assíduo por duas estonteantes e longas semanas. MAS, a preguiça, o desânimo e as desculpas para não ir ao templo de Narciso ficaram mais frequentes, e , poutz!, como eu sou bom em desculpas. Adorei ter descoberto esse meu novo talento.

Não engordei, mas também não perdi peso. Obviamente, estava faltando alguma (s) coisa (s). Então parei, respirei, tomei um shake de Ovomaltine, e, em meio ao inebriante gosto de chocolate, voltei ao foco e reconheci: preciso de ajuda profissional. Isso não é o fim do mundo, caramba, sou um jornalista (gordinho), não um nutricionista. Além do mais, no quesito alimentação, sou a pessoa mais mal educada do mundo. Talvez por isso, a expressão “reeducação alimentar” tenha feito tanto sentido.

Sou dramático – dia da consulta

Optei por uma profissional que está cuidando de alguns familiares. Mas, antes da consulta, pensei em procurar um psicólogo, para me preparar emocionalmente para os gritos de raiva e a expressão “Rafael, seu gordo, isso tá errado” em várias línguas, até em mandarim. Também ponderei comprar bons fones de ouvidos para que, na hora do fatídico sermão, eu tocasse o novo álbum da Britney (“Britney jean”), que vazou na internet – recomendo, gente, tá incrível. No fim, tomei coragem, assumi os 25 anos de estrada que tenho e fui em frente (sem fones e sem psicólogo).

Estava errado.

Foi o contrário do que esperava: falei da minha vida, da minha rotina, da minha PÉSSIMA alimentação, de como eu adoro pão e Nescau, na mesma proporção que odeio legumes. Ufa, uma catarse! Pesei-me, e o baixinho aqui está com 100,7 Kg – ainda bem que sou alto, tenho 1,69m. #SQN. E ela, a recém-nomeada capitã da guerra contra meu peso, me ouvia pacientemente. Depois vieram as medições, naquele aparelhinho que mensura a gordura do corpo e as dobras. Achei engraçadinho o ponteiro sempre ir para o lado vermelho, quando alguma parte do corpo era submetida ao teste.



Depois, ela me falou sobre os alimentos e, principalmente, sobre a forma certa de encarar o processo: “o seu corpo precisa ficar saudável por dentro, a parte exterior (e a perda sistemática de peso) é uma consequência do seu novo estilo de vida”. Ao passo que o papo fluía eu fui caindo na real sobre o mal que estava me fazendo (comendo pouco e comendo errado), tudo foi fazendo mais sentido – não conseguiria ficar mais do que as três semanas da forma como estava agindo. Não vou entrar em detalhes, mas vi que preciso me esforçar um tantinho mais e que, EBA!, não vai ser necessário passar fome. O desafio da vez é introduzir, aos poucos, os legumes que eu tanto (por hora) odeio. Mas, como a própria nutri disse, “vai devagar e tenta não fazer cara de nojo, olha com os olhos de Deus”, brincou, dando risadas.

No fim, após 1h20m de consulta, saquei que não tem milagre: ela está montando um programa possível para o meu organismo e, na contrapartida, assumi o compromisso. Foi um bom acordo, achei válido. A meta é perder de 3 a 4 kg por mês. E tem a musculação, que, num primeiro momento, aposentei (gritem comigo “VIVAAAAAAA”). Vou substituí-la por outras atividades aeróbicas para acelerar o metabolismo. Foi-me sugerido 40 minutos por dia. Se não for para levantar peso, é fácil. Trocarei até de academia- achei uma que tivesse mais opções de atividades. Mas isso eu conto em ouuuuuutro post.

Acho que é bom cair um pouco no descrédito, porque, caso as coisas saiam do jeito que eu imagino, surpreenderá mais. E, sim, eu gosto de causar! Heheh.


Ps: a única coisa que me deixou meio temeroso foi a cerveja que terei de abdicar totalmente, nas primeiras semanas. Novamente, fiz uma troca, aceitei de bom grado, em troca do porre do Revéillon. Achei justo. Então, caros amigos, no próximo bar, não se espantem se eu gritar “Queridão (o garçom) desce uma H20 bem geladinha e caprichada, por favor”.